Instrução Normativa Nº 90, de 28 de Abril de 2011

Para o transporte de trabalhadores contratados em qualquer atividade econômica urbana, recrutados para trabalhar em localidade diversa da sua origem, é necessária a comunicação do fato ao órgão local do Ministério do Trabalho e Emprego – MTE por intermédio da Certidão Declaratória de Transporte de Trabalhadores – CDTT sob risco de penalidades.

 

SECRETARIA DE INSPEÇÃO DO TRABALHO 

INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 90, DE 28 DE ABRIL DE 2011

Dispõe sobre o recrutamento de
trabalhadores urbanos e o seu transporte para
localidade diversa de sua origem.

A SECRETÁRIA DE INSPEÇÃO DO TRABALHO, no exercício de sua competência, prevista no art.
14, XIII do Decreto n.º 5.063, de 03 de maio de 2004, resolve: Editar a presente Instrução Normativa
sobre procedimentos que deverão ser adotados em relação ao recrutamento de trabalhadores em
localidade diversa de sua origem.

Art. 1º Para o transporte de trabalhadores contratados em qualquer atividade econômica urbana,
recrutados para trabalhar em localidade diversa da sua origem, é necessária a comunicação do fato ao
órgão local do Ministério do Trabalho e Emprego – MTE por intermédio da Certidão Declaratória de
Transporte de Trabalhadores – CDTT, na forma do Anexo I.
§ 1º Considera-se para a localidade diversa de sua origem o recrutamento que implique a mudança
transitória, temporária ou definitiva de residência do trabalhador.
§ 2º O aliciamento e o transporte irregular de trabalhadores para localidade diversa de sua origem
constituem, em tese, o crime previsto no art. 207, do Decreto-Lei n.º 2.848, de 7 de dezembro de 1940 –
Código Penal, quando se tratar de trabalhador nacional, e o crime previsto no art. 125, inciso XII, da Lei
n.º 6.815, de 19 de agosto de 1980, quando se tratar de trabalhador estrangeiro.

Art. 2º A CDTT será preenchida em modelo próprio, conforme Anexo I, nela constando:
I) a identificação da razão social e o n.º no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica – CNPJ da empresa
contratante ou nome do empregador e seu n.º no Cadastro Específico do INSS – CEI e n.º no Cadastro de
Pessoa Física – CPF;
II) a identificação da razão social e o n.º no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica – CNPJ ou nome do
empregador e seu n.º no Cadastro Específico do INSS – CEI e n.º no Cadastro de Pessoa Física – CPF da
(as) tomadora (as), quando se tratar de contratação de trabalhadores para atender à demanda ocasionada
em virtude de subcontratação de obras ou de serviços;
III) o endereço completo da sede do contratante e a indicação precisa do local de prestação dos serviços;
IV) os fins e a razão do transporte dos trabalhadores;
V) o número total de trabalhadores recrutados;
VI) as condições pactuadas de alojamento, alimentação e retorno à localidade de origem do trabalhador;
VII) o salário contratado;
VIII) a data de embarque e o destino;
IX) a identificação da empresa transportadora e dos condutores dos veículos;
X) a assinatura do empregador ou seu preposto.
§1º O empregador poderá optar por realizar os exames médicos admissionais na localidade onde será
prestado o serviço, caso não haja serviço médico adequado no local da contratação, desde que tal
providência ocorra antes do início da atividade laboral.
§2º Na hipótese de o trabalhador não ser considerado apto para o trabalho, o empregador será responsável
pelo custeio das despesas de transporte até o local de origem, bem como pelo pagamento das verbas
salariais decorrentes do encerramento antecipado do contrato de trabalho.

Art. 3º A CDTT deverá ser devidamente preenchida e entregue nas unidades descentralizadas do MTE, ou
seja, nas Superintendências Regionais do Trabalho e Emprego – SRTE – ou nas Gerências Regionais do
Trabalho e Emprego – GRTE da circunscrição dos trabalhadores recrutados, acompanhada de:
I) cópia da inscrição no CNPJ ou CEI e CPF do empregador;
II) procuração original ou cópia autenticada, concedendo poderes ao procurador para recrutar, contratar
trabalhadores e proceder ao encaminhamento da CDTT junto à SRTE;
III) cópia do contrato social do empregador, quando se tratar de pessoa jurídica;
IV) cópias do documento de identidade do procurador e das habilitações dos condutores dos veículos;
V) cópias dos contratos individuais de trabalho,
VI) cópia do certificado de registro para fretamento da empresa transportadora, emitido pela Agência
Nacional de Transportes Terrestres – ANTT ou do comprovante de custeio por parte do empregador de
transporte terrestre, aéreo ou fluvial efetuado por linhas regulares;
VII) relação nominal dos trabalhadores recrutados, com os números da Carteira de Trabalho e Previdência
Social – CTPS, e do Programa de Integração Social – PIS.

Parágrafo único. A CDTT poderá, excepcionalmente, ser protocolada fora das dependências da unidade
do MTE, desde que em local definido pela chefia da fiscalização e por servidor especialmente designado
para esse fim.

Art. 4º Estando a documentação completa, a SRTE receberá uma via da CDTT, devolvendo outra via ao
empregador, devidamente protocolada.
§1º A SRTE formará processo a partir do recebimento da documentação, conferindo a regularidade do
CNPJ na página da Secretaria da Receita Federal, encaminhando-o à SRTE da circunscrição onde
ocorrerá a prestação dos serviços para que a situação seja analisada e, quando necessário, ocorra o devido
acompanhamento “in loco” das condições de trabalho.
§2º A SRTE de origem dos trabalhadores enviará cópia da CDTT ao Sindicato dos Trabalhadores da
categoria respectiva, acompanhada da relação nominal dos trabalhadores recrutados, e a entidade, se
assim entender, dará ciência ao sindicato da localidade de destino.
§3º A SRTE encaminhará trimestralmente à SIT dados estatísticos referentes ao número de CDTT
recebidas, atividades econômicas dos empregadores, número de trabalhadores transportados, municípios
de recrutamento e destino dos trabalhadores.

Art. 5º O empregador, ou seu preposto, deverá manter à disposição da fiscalização, durante a viagem, no
veículo de transporte dos trabalhadores, e, posteriormente, no local da prestação de serviços, cópia da
CDTT, juntamente com a cópia da relação nominal dos trabalhadores recrutados.
§1º Identificado o transporte de trabalhadores sem a CDTT, o auditor fiscal do trabalho comunicará o fato
imediatamente à Polícia Rodoviária Federal e Polícia Rodoviária Estadual, diretamente ou através de sua
chefia imediata, ao tempo em que adotará as medidas legais cabíveis e providenciará relatório contendo a
identificação do empregador, dos trabalhadores e demais dados relativos aos fatos apurados.
§2º A chefia da fiscalização encaminhará o relatório ao Ministério Público Federal e ao Ministério
Público do Trabalho para as providências aplicáveis ao aliciamento e transporte irregular de
trabalhadores.

VERA LUCIA RIBEIRO DE ALBUQUERQUE

ANEXO I
CERTIDÃO DECLARATÓRIA DE TRANSPORTE
DE TRABALHADORES – CDTT

Aos ______ dias do mês de ___________________ do ano de ________,
_____________________________________________(identificação do empregador), com o objetivo de
atender ao disposto na Instrução Normativa SIT/MTE N.º _______/2011, declara junto ao
Superintendente/Gerente Regional do Trabalho e Emprego no Estado de
______________________________ as informações a seguir. A declarante, denominada
_____________________________________(razão social), CNPJ/CEI N.º
_____________________________, estabelecida no
endereço_______________________________________________________________, cidade de
___________________,Estado de ________________________________, representada por meio de
procuração pelo Senhor ______________________________(a), RG N.º
______________________________________________, CPF N.º
_____________________________________________, prestando serviços para (se for caso de
subcontratação de obras ou de serviços) _______________________________ (razão social), CNPJ/CEI
N.º _____________________ irá transportar, no período de ________________(data prevista para o
início do transporte) a __________________ (data prevista para o término do transporte) ___________
(número dos trabalhadores a serem transportados) trabalhadores, relacionados em anexo, da cidade de
______________________, município de ___________________, Estado de
_________________________, para o município de _______________________, Estado de
_______________________, para prestarem serviço no local _____________________________
(identificação do local da prestação do serviço), na atividade de ______________________________
(identificação da atividade a ser desenvolvida), com a percepção de salário no valor de
R$_______________, com direito a alojamentos na forma prevista na forma legal prevista. O transporte
dos trabalhadores será realizado por meio do(s) veículo(s) de placa(s)
________________________________, conduzido(s) pelo(s) motorista(s)
_____________________________, portador(es) da CNH N.º ________________________, da empresa
_____________________, CNPJ N.º ________________, Certificado de Registro de Fretamento – CRF

N.º ___________/ANTT, com vencimento em ________________. O retorno ao local de origem após o
término do contrato será garantido na forma _______________________________________________
(descrição do tipo de transporte).
Eu, ___________________________________________, declaro, sob as penas da lei, a
veracidade das informações aqui prestadas.
__________________________________________________
Assinatura
A Certidão Declaratória deverá ser entregue em qualquer representação da Superintendência
Regional do Trabalho e Emprego da circunscrição do recrutamento, acompanhada dos documentos
relacionados no artigo 3º da Instrução Normativa acima citada.

 

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